ELIS REGINA - 30 ANOS DE PARTIDA

Matéria publicada pela revista VEJA em 27 de janeiro de 1982.  

O amargo brilho do pó   
Aos 36 anos, Elis Regina, a melhor cantora do Brasil, foi achada morta, trancada em seu quarto, onde tomara a derradeira dose de cocaína  

A morte da melhor cantora brasileira provocou um choque nacional, assim que a notícia circulou pelo rádio e pela televisão na manhã da última terça-feira. Cheia de vitalidade nos seus 36 anos, Elis Regina de Carvalho Costa, três filhos, passou metade de sua vida em estúdios, distribuindo uma voz impecavelmente afinada por 27 LPs, catorze compactos simples e seis duplos, que venderam algo como 4 milhões de cópias. Não é um recorde – Roberto Carlos vendeu quatro vezes mais –, mas a qualidade é tão boa que lhe assegurou uma das mais sólidas reputações da música popular brasileira. 
Sua morte, no apartamento que ocupava nos Jardins, em São Paulo, foi chorada com lágrimas canções entoadas por 25 000 fãs, amigos e parentes que a visitaram no velório do Teatro Bandeirantes, palco de seu maior sucesso, o show 'Falso Brilhante", no centro de São Paulo. Cerca de 1000 pessoas integraram o lento cortejo que atravessou a metade da capital paulista para enterrá-la, quarta-feira, à tarde, no cemitério do Morumbi.

Menos de 48 horas depois de seu desaparecimento, veio o segundo choque, talvez o pior. Desde a véspera, um véu de obscuridade cercava a morte da cantora -a médica que a recebera no Hospital das Clínicas, para onde havia sido levada já sem vida, não fornecera o Atestado de Óbito por sentir-se impossibilitada de concluir por uma morte natural, o cadáver foi assim remetido para autópsia no Instituto Médico Legal. Feitos os exames, emergiu uma sombria conclusão: Elis Regina, dizia o laudo médico, morreu pela intoxicação combinada de bebidas e cocaína. 
Antes da divulgação do laudo, no início da noite de quarta-feira, o diretor do IML, o polêmico legista Harry Shibata, telefonara para um amigo , o diretor do DOPS, Romeu Tuma, com uma dúvida. "Só me restam, a esta altura, duas hipóteses", expôs Shibata. "Ou foi barbitúrico ou então a ingestão de cocaína com álcool, por via oral, que provocaram a morte. Você sabe me dizer se alguém toma cocaína diluída em líqüido?" Tuma não sabia, mas consultou delegados especializados em drogas e a resposta foi positiva: um deles esclareceu que está em moda a mistura de cocaína com uísque, para potencializar o efeito da droga.

RESISTÊNCIAS FAMILIARES - O laudo, enfim divulgado na manhã de quinta-feira pelo delegado Geraldo Branco de Camargo, que comanda o inquérito aberto sobre a morte da cantora, é cauteloso e claro. "Na necrópsia procedida nada encontramos digno de especial menção que pudesse explicar a morte –, escrevem os legistas José Luiz Lourenço e Chibly Hadad, que assinaram o documento. O exame toxicológico, de suma relevância no caso, dada a negatividade dos achados da necrópsia, veio nos fornecer a resposta da causa mortis", acrescentam. Os dados desse exame levaram os dois legistas a concluir que "a quantidade de álcool etílico encontrada em nível sangüíneo revelou estar a vítima sob estado de embriaguez e a presença de cocaína caracterizando o estado tóxico, que em somatória podem responder pelo evento letal".

Desde que o corpo de Elis fora mandado para o IML, essa hipótese estava no ar.
Antes que se tornasse pública e oficial contudo, houve uma cortina de resistências. Amigos da cantora e seu último namorado, o advogado Samuel Mac Dowell de Figueiredo – que a encontrou morta –, tentaram evitar a realização da autópsia, argumentando que ela não costumava usar drogas. O argumento esquecia o aspecto legal da questão: são obrigatoriamente submetidas a autópsia todas as pessoas a respeito das quais não se possa atestar com certeza que tiveram morte natural. 
Além disso, os amigos de Elis suspeitavam do legista Shibata, que em 1975 assinou o célebre laudo sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog –declarando-o suicida sem ter visto o corpo remetido ao IML pelo exército, em cujo DOI CODI ele morrera. "Ela não transava drogas e o Shibata tem ressentimentos do Mac Dowell", dizia o compositor Edu Lobo - referindo-se a um complicador extra, o fato de Mac Dowell ter sido um dos advogados no processo em que a União foi condenada pela morte de Herzog.

EXAME IRREPREENSÍVEL - Também Mac Dowell teria preferido evitar o exame médico legal e não aceitou as suas conclusões. Depois de ser ouvido no inquérito policial, também na quinta-feira, ele ditou uma taxativa declaração, durante entrevista coletiva em que pediu para não responder a perguntas: "Não sabemos que esse laudo, por si só afirma verdades, nem tem uma procedência que leve as pessoas a acreditar nas conclusões que ele apresenta". Mac Dowell não deu maiores precisões, nem quis explicar melhor seu ponto de vista - qualquer polêmica, a respeito, disse ele, seria "irrelevante e inoportuna".

Na verdade, é certo que Elis Regina não morreu de causas naturais, ou doenças, como, provou a autópsia feita por quatro médicos - os dois que assinam o laudo, Harry Shibata e o próprio médico da família da cantora, Alvaro Machado Jr. "O exame foi irrepreensível", reconheceria Machado mais tarde. De fato, ao contrário do que imaginaram diversos amigos de Elis, não se vê como a análise do laudo do IML poderia ter sido eventualmente fraudada - por exemplo, acrescentando-se a cocaína às vísceras, sangue e urina da cantora depois de sua morte. Essa hipótese é claramente fantasiosa: ao ser metabolizada pelo organismo, a cocaína transforma-se em certas substâncias, seus metabolitos, num tempo determinado, de modo que é possível especificar o momento em que ela foi ingerida. Por isso, a cocaína simplesmente agregada a restos mortais é facilmente identificável.

"UMA GRANDE DAMA" - O fato é que o único elemento encontrado no corpo de Elis capaz de matá-la é a cocaína. Resta a questão de quanta cocaína, exatamente, a cantora ingeriu antes de morrer. O chefe do Departamento de Psicofarmacologia da Escola Paulista de Medicina, professor Elisaldo Carlini, lembra que o laudo não especificou a dosagem de cocaína encontrada. Mas não é preciso haver grande quantidade para que a droga tenha efeitos potencialmente letais. O professor Carlini estima que a cocaína, ingerida por via oral, pode matar uma pessoa se a dose excede meio grama. Raramente alguém ingere menos que isso - e a média de doses encontradas em vítimas, em casos semelhantes, é de 1,2 grama. Seja como for, o IML, anunciou para esta semana a conclusão de um exame destinado a determinar a quantidade de cocaína que Elis tomou.

As divergências que até o final da semana passada cercavam as circunstâncias da morte não foram provocadas, na verdade, por um conflito de versões, mas pelo empenho do advogado Mac Dowell e de amigos da família em preservar a imagem de Elis. Mac Dowell explicou que gostaria de evitar efeitos negativos sobre os filhos da cantora - e contou que impediu o filho mais velho, João Marcelo, 11 anos, de entrar no quarto onde ela estava estendida no chio. Esse empenho, entretanto, se choca com o fato de que em casos nos quais se desconhece a causa da morte, a lei manda que ela seja esclarecida por todos os meios, a começar pela autópsia –, e acobertar o assunto o beneficia, em última análise, ao traficante que vendeu a Elis as drogas que a mataram.

Mais do que tudo, de fato, o laudo mostra que Elis foi uma vítima - e sua perda seria fundamente sentida por milhares de admiradores em todo o país. 
O presidente João Figueiredo enviou um telegrama de pêsames à família, e não lhe faltaram epitáfios dignos. "Ela é insubstituível", garantiu seu antigo parceiro Jair Rodrigues. "Essa moça era uma grande dama da música brasileira", assegurou Tônia Carrero. Seu velório estava enfeitado com uma constelação de astros de cinema, televisão, música e dança, como Lennie Dale, que foi preso em fevereiro de 1971, no Rio, com um enorme pacote de maconha. O cortejo que a levou ao cemitério foi coberto horas a fio pelas rádios de São Paulo - e o esquema de acompanhamento da TV Globo incluía filmagens de helicóptero. Os jornais da Globo dedicaram a Elis uma quantidade extras só comparável às da morte do presidente Annuar Sadat e do atentado contra o papa João Paulo II.

FRASES ININTELIGÍVEIS - Elis Regina teve um enterro grandioso, mas fez sua última viagem incógnita. Quando Samuel Mac Dowell a levou inerte para o Hospital das Clínicas, por volta das 11h40 de terça-feira, pegou o táxi do português Manuel Gouvêa Alves, 46 anos, na rua Melo Alves, onde fica o apartamento da cantora. A corrida até o hospital não durou mais que quatro minutos, e Gouvêa se lembra bem da hora porque estava ouvindo pela rádio a parte final de seu programa favorito, o de Barros de Alencar. "Mas eu só soube que transportei Elis Regina mais tarde, quando ouvi no rádio que ela tinha morrido", contou. " Me deu uma tal tristeza que se eu tivesse dinheiro não trabalharia mais naquele dia".

Os dias anteriores do casal não permitiam vislumbrar um fim trágico – Elis e Samuel Mac Dowell estavam procurando uma casa para viverem juntos. À véspera da morte, Elis recebeu um grupo de amigos no apartamento, músicos de seu conjunto e Mac Dowell. Na ocasião, contam os participantes, ela bebeu Cinzano e uísque. Por volta das 21 horas, todos se retiraram, menos Mac Dowell, que ficou para jantar e saiu às 23h30. "Evitei ficar até mais tarde porque ela ia ouvir as fitas de seu novo disco", explicaria ele no seus depoimento à polícia. Já em sua casa, o advogado telefonou algumas vezes para a cantora, que não atendeu. Quando finalmente consegui completar a ligação, de madrugada, ele recebeu a explicação de Elis. "Não ouvi o telefone porque estava ouvindo as músicas no volume mais alto". Mac Dowell , então, achou a voz dela normal.

Às 9h30 da manhã de terça-feira, de seu escritório, ele voltou a telefonar para Elis. Ela disse que não dormira de noite e, segundo Mac Dowell, conversou normalmente - no final da ligação, porém começou a articular as palavras muito pausadamente, disse algumas coisas ininteligíveis com a voz distante e afinal silenciou.

PRIMEIRA EXPERIÊNCIA – Mac Dowell, alarmado, deixou o escritório, pegou um táxi na rua da Consolação e tocou para a rua Melo Alves. Ele calcula que chegou lá às 10h30 - mais de uma hora, portanto, antes de embarcar o corpo de Elis no táxi de Gouvêa para a viagem até o Hospital das Clínicas. Segundo seu depoimento, esse tempo foi gasto com o arrombamento de duas portas para que pudesse chegar ao quarto de Elis, um telefonema para o Hospital das Clínicas, pedindo uma ambulância, tentativas de reanimar Elis, e telefonemas para seu colega de escritório, Mário Antônio Barbosa. Como a ambulância não chegava, depôs Mac Dowell, sua decisão foi pegar Elis nos braços, descer até a rua e apanhar um táxi. A essa altura chegara também a secretária da cantora, Celina Silva, que o ajudou.

O advogado garante que encontrou no quarto de Elis um envelope vazio de Sonotrat, antidistônico que ela usava para dormir. "Nunca tive conhecimento, nestes seis meses de vida comum, que ela ingerisse tóxico", disse Mac Dowell à polícia. Amigos do casal garantem, que Elis jamais usou cocaína na presença do advogado. Mas lembram que ela experimentou drogas pela primeira vez há pouco mais de um ano, estreando, com um cigarro de maconha. A cocaína surgiu na sua viagem, aos EUA no início de 1981 para acertar a gravação de um disco com o saxofonista Wayne Shorter. Antes disso, ela consumia cerveja e vodca.

ONIPOTÊNCIA - Pelo menos um dos ex-namorados de Elis, o compositor paulista Guilherme Arantes, 28 anos, viu-a cheirando cocaína, durante o tempo em que andaram juntos no começo de 1981, no Rio de Janeiro. Da mesma forma, um advogado amigo de Mac Dowell lembrava no dia da morte da cantora que ela vinha consumindo a droga – ao mesmo tempo que procurava, junto ao IML, convencer os legistas da conveniência de se dispensar a autópsia. É possível, porém, que Elis jamais tenha sido viciada, nessa droga. Sua relação com a cocaína, provavelmente, insere-se no mesmo tipo em que estão alguns milhares de brasileiros, a maioria deles fora do meio artístico, ou intelectual - e que buscam nesta droga potente um socorro eventual.

A diferença dos alucinógenos ou da maconha, capazes de patrocinar aos seus consumidores momentos de grande alegria ou de profunda depressão, dependendo do estado de espírito de, cada um, a cocaína -C17H2IN04, na sua fórmula química - é uma droga de satisfação garantida. Cheirando-se um décimo de grama, conseguem-se de 15 a 20 minutos de uma sensação de onipotência, lucidez e segurança, e não há a menor possibilidade, de no lugar disso vir qualquer tipo de depressão. "O problema é que você cheira e se sente Deus. Depois, quando o efeito passa, você começa a achar desagradável não ser Deus", confessa um consumidor.

Assim, Arthur Conan Doyle encontrou no pó alguns dos complexos estratagemas vividos polo seu personagem Sherlock Holmes. Mas se o escritor usava a cocaína para divagar, outro consumidor, o papa Leão XIII, se valia dela como uma ajuda temporal para resolver os assuntos da Igreja. A onipotência ao alcance do todos fez da cocaína um produto do grande consumo na alta hierarquia do fascismo italiano e o espalhafatoso marechal alemão Hermann Goering, ao ser preso pelos aliados em 1945, teve de ser submetido a um complexo programa do desintoxicação, dada a sua dependência em relação à coca.

INSEGURA - Nesse sentido, a cocaína, com sua ação sobre o córtex cerebral, difere das drogas popularizadas na década do 60, que se poderiam chamar de produtos do "esquerda". Ela é essencialmente da "direita": é a droga de quem não quer novidades, mas apenas poder. A cocaína faz do preguiçoso um prodígio de energia, do tímido um audaz, do lento um rápido, mas, na essência, não traz nenhuma idéia, como, por exemplo, as que o escritor inglês Aldous Huxley teve ao tomar a mescalina que lhe ofereceu o tema para "As Portas da Percepção". Para um cantor, por exemplo, a cocaína garante que ele terá coragem de enfrentar a platéia, enquanto as drogas alucinógenas estão longe disso, e as anfetaminas, se asseguram a euforia, garantem também uma segura depressão na ressaca.

Apesar de sua competência profissional, Elis Regina se confessava uma pessoa profundamente insegura - e extraía um pouco do autoconfiança no consumo da cocaína. Dona de um caráter e comportamento conturbados, que freqüentemente a faziam expressar-se de maneira tortuosa e torturada, Elis não conseguiu, como muitos outros colegas do mundo artístico, adquirir a segurança que procurava sem pagar um alto preço por ela. Sua provável inexperiência no convívio com a droga leyou-a à fatal ingestão da semana passada - e abriu sua vida pessoal a uma investigação certamente penosa e dolorida para os que viviam próximos a ela.

"Nada tenho a esconder", desabafou Samuel Mac Dowell, ao final da semana passada, em conversa com um advogado amigo, José Carlos Dias, destacado militante da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. A confirmação de que Elis ingeriu cocaína acabaria por derrubar a barreira de discrição que Mac Dowell tentou colocar sobre o caso e que nos próximos dias estará sob a mira das investigações oficiais. Depois da divulgação do laudo médico, o inquérito policial em andamento terá três objetivos: saber se Elis era viciada em cocaína, apurar se houve "induzimento, auxílio ou instigação ao suicídio" e descobrir o fornecedor da droga. Por enquanto, o inquérito está próximo da estaca zero.

O delegado Geraldo Branco de Camargo dispõe de poucos dados para resolver as três incógnitas. A rigor, apenas uma pessoa conhece bem a história da morte de Elis, o advogado Mac Dowell – e talvez conheça apenas parte do que aconteceu. Ele nega com veemência que tenha discutido com Elis nos telefonemas que trocaram de madrugada – enquanto a governanta Maria das Dores Souza ouviu Elis encerrar uma conversa telefônica, por volta do meia-noite de segunda-feira, com um palavrão. Mas o próprio delegado não encontrou pistas nos pri-meiros cinco depoimentos que colheu: "Em princípio, não vejo conflitos no que disseram os depoentes", diz Camargo. A busca no apartamento da cantora também nada revelou: os únicos medicamentos encontrados pela polícia eram pediátricos.

A tarefa do delegado Camargo não será facilitada pela biografia contraditória da cantora. "Eu sou de Peixes, que é simbolizado por um peixe virado para a direita c outro para a esquerda. Tem hora que estou com o peixe de cima e está tudo bem. Mas aí entra o peixe de baixo e complica tudo", ela costumava dizer. Seu comportamento em público era descrito por amigos como "careta".

É o que explica retratos tão diferentes que fazem dela mesmo os amigos mais chegados – dos quais Elis cobrava atenção, telefone-mas, carinho, mas em relação aos quais era capaz de repentinas explosões de generosidade. Quando soube que sua amiga Ione Cirilo estava sem dinheiro, pagou todas as prestações que ela devia – sem dizer uma palavra à amiga. Em outro repente, na greve dos operários do ABC, em 1980, doou 180 000 cruzeiros para o fundo de greve – e arrecadou entre amigos, durante um jantar, mais 70 000. "Eu não vim para os canapés, vim para a feijoada", justificava-se com uma ponta do misticismo que sempre a envolveu.

As razões que a levaram à morte podem continuar envoltas em mistério, mas a morte não conseguiu- lhe roubar o sucesso. Num único dia da semana passada, a Odeon, gravadora do seu último LP, Elis Regina, recebeu 19 000 pedidos de cópias do disco, que vendera nos últimos dois anos modestas 50 000 unidades. Nas próximas semanas, a Polygram vai lançar uma caixa de discos com sua obra, e a WEA anuncia seu último disco inédito, Elis em Montreux, para breve. De Elis Regina ficou a voz – exatamente o que esse complexo ser humano tinha de melhor.

A perfeita alquimista
Misturando técnica e emoção, Elis resistiu às fórmulas fáceis e se tornou a maior cantora do Brasil

Em dezoito anos de carreira, Elis Regina percorreu com sucesso o destino dos artistas que jamais se contentam com o brilho do próprio ofício. A melhor cantora da música brasileira - ou, pelo menos, a dona da mais perfeita alquimia entre técnica e emoção – vestia a fama como se fosse um daqueles vestidos caros, que, por belos, devem ser sempre trocados. A cada vitória ela safa, inquieta, em busca de uma nova parada: "Sempre vou viver como camicase. É isso que me faz ficar de pé", confessava.

E foram muitos os vôos vitoriosos dessa estrela desde que ela chegou ao Rio de Janeiro, em 1963, com 18 anos e 36 000 cruzeiros na mala. Aquela pequena gaúcha de 1,53 m ("Meu problema são 10 centímetros a mais; então estaria tudo resolvido") desceu nervosa numa música popular enriquecida pela melodia da bossa nova e empobrecida pela escassez de intérpretes que levava ao reinado de Nara Leão, desafinada, porém levemente soturna, como se queria.

Agitada, chamaram-na "Pimentinha" . Movendo os braços para cima e para baixo, foi ridicularizada pelo cronista Sérgio Porto, que dizia não saber se ela era "uma cantora que nada ou uma nadadora que canta". Havia nela, porém, uma pessoa enérgica, inquieta e, acima de tudo, uma cantora afinada. Não conseguiu ancorar-se num gênero que lhe garantisse o sucesso comercial, como sucedeu a Maria Bethânia no modelo "amor inesquecível". Muito menos agarrou-se à repetição de adoráveis recursos, como faz Roberto Carlos. Faltou-lhe a alegria contagiante de Gal Costa e o pique de Rita Lee. Mas tinha algo que faltava a todos e, por isso, nas próximas décadas, quando se procurar a voz desta época, ela estará num disco de Elis.

CORTEJADA PELA ESQUERDA - Poucos são os cantores brasileiros que se fizeram acompanhar por tantos compositores novos. Elis foi a primeira a gravar o desconhecido baiano Gilberto Gil e o mineiro Milton Nascimento. Há pouco anos, descobrira João Bosco, Aldir Blanc e Belchior. Nesta semana, começaria um novo LP onde incluíra uma compositora, Irinéia Maria, que nem sequer vira pessoalmente. Tinha tudo para dar certo, e deu, naquilo que sabia fazer muito bem: cantar. Surgiu sorridente, com seus dentes pequenos e o cabelo curto, e assim poderia ter ficado por anos e anos, como eterna parceira de Jair Rodrigues. Mas recuou em busca de maior perfeição técnica, roçou o perigo das interpretações frias e, em 1975, com o show 'Falso Brilhante" conseguiu combinar a cantora emocionada de antes com a técnica conquistada, firmando-se num estilo em que morreu insuperável.

Mas, se o camicase voou bem no ofício, também afundou em ressentimentos e inimizades na vida. Como, numa de suas distorções, o meio cultural brasileiro exige do artista não apenas a arte mas uma espécie de atestado de idoneidade política – de direita para o governo e de esquerda para a oposição –, Elis morreu filiada ao Partido dos Trabalhadores, depois de um, percurso sinuoso e agressivamente patrulhado. Em 1969, ela cantou na Olimpíada do Exército e em 1972 nas cerimônias pomposas do Sesquicentenário da Independência. Por isso, foi colocada no "cemitério dos mortos – vivos" que o cartunista Henfil – presente ao seu enterro – gerenciava na ocasião. Ela partilhava esse campo-santo com Marília Pêra, Roberto Carlos, Tarcísio Meira, Glória Menezes e Pelé. Em 1978, cortejada pela esquerda, fazia campanha para o professor Fernando Henrique Cardoso, candidato do MDB ao Senado por São Paulo. Mas, aos amigos, confessava que preferia o veterano Franco Montoro.

A participação de Elis em manifestações oposicionistas reconciliou-a com a esquerda e, com o tempo, as mesmas patrulhas que apedrejaram passaram a afagá-la, tudo num esforço inútil quer do ponto de vista estético, quer no aspecto político. É improvável que ela tenha trazido votos a candidatos da oposição, assim como é certo que não foi pela sua participação em festas do regime que a ditadura viveu tanto. Esteticamente, ela, que lançava novas músicas e novos nomes, pouco acrescentou à sua biografia cantando músicas simpáticas A esquerda, pelo simples motivo de que Barbra Streisand e Joan Baez não são a mesma pessoa.

A irrequieta personalidade da "Pimentinha" levava as pessoas a querer afinar, sem sucesso, a sua conduta. E, a cada "desafino" de Elis, brotavam sarcasmos. O maledicente compositor Carlos Imperial, ao saber que ela se casaria com o produtor Ronaldo Bôscoli, comentou: "Bem feito para os dois". Mas isso era pouco. A cantora Maysa garantia ter a prova de que faltava caráter a Elis: ela a teria induzido a beber numa noite, para derrubar sua apresentação num palco que ocupava em seguida. A acusação seria indiscutível se viesse de um semi-abstêmio como Roberto Carlos. Maysa, porém, dificilmente precisaria ser induzida a mais um copo.

FRASES POLÊMICAS DE ELIS

"Me tomam por quem? Um imbecil? Sou algo que se molda do jeitinho que se quer? Isso é o que todos queriam, na realidade. Mas não vão conseguir, porque quando descobrirem que estou verde já estarei amarela. Eu sou do contra. Sou a Elis Regina do Carvalho Costa que poucas pessoas vão morrer conhecendo".

"Sempre vou viver como kamicase. É isso que me faz ficar de pé".

"Quem não deu suas mancadas?"

"Meu problema são 10 centímetros a mais; então estaria tudo resolvido".

"Me apaixonei pela minha voz".

"Neste país, só há duas que cantam: Gal e eu".

"O importante é não aceitar o jogo, ser anti-sucesso. Sou uma estrela".

"O circo não deixa de ser uma casa brasileira, né?"

"O importante é não aceitar o jogo, ser anti-sucesso".

"Quero saber é do brasileiro, não estou preocupada em cromar minha orelha e sair para a rua para chamar a atenção".

"Um dia as pessoas vão descobrir que Dalva de Oliveira é a nossa Billie Hollyday".

"A gente tem de fazer das tripas sentimento".

"Cantar, para mim, é sacerdócio. O resto é o resto".

"Tenho o prazer de me danar e me recompor sozinha. Não preciso de muletas".

"Fazer música não é botar fusca na praça. Não é linha de montagem, não".

"Eu quero é ficar como bigode: nas bocas e por fora".

"Não passo o dia olhando pro meu umbigo para ver se nasce um pé de couve".

"Eu quero é ter vida privada, e não privada na vida".

"Sou como assum-preto, que precisa cantar muito mais depois que lhe tiram os olhos".

"As pessoas que me chamaram de mau-caráter estavam se auto-criticando".

"É bacana correr riscos e eu não fico só na janela vendo a banda passar".

"Por que exigem de mim tanta coisa? Sou boa cantora e ainda tenho de ser educada?"

"A lucidez me leva às raias da loucura".

"Eu talvez vá morrer sem nunca entender as pessoas".

AGUERRIDA E AGRESSIVA - "Elis vivia sempre com a corda esticada, a mil por hora, e mudava de opinião em fração segundos", observou na semana passada o compositor Edu Lobo. O psicólogo Roberto Freire, a quem no sucesso do show "Falso Brilhante" ela atribuiu às emoções que distribuía do palco, tornou-se, meses depois, "um mau-caráter aproveitador". Roberto Carlos, de quem ela morreu amiga, já fora "infantil e fugaz". E seu segundo marido, o compositor César Camargo Mariano, com quem vivera feliz no alto da serra da Cantareira por nove anos e dois filhos, virou, com o fim do casamento, "um explorador". Como cantora, podia influenciar pessoas. Como pessoa, não conseguia fazer muitos amigos.

Pudera. Teve um rápido romance há um ano com o cantor Fábio Júnior e, ao encerrá-lo, fulminou o ex-namorado: "Ele foi como um sorvete, gostoso e rápido, mas brigamos quando eu disse que ele estava com saudade do plim-plim da Globo". Aguerrida antes e agressiva depois, Elis sempre suportou mal o presente. Assim como foi capaz de voar para Nova York em busca do "sorvete" e de moê-lo depois, sustentava, enquanto o romance durou, que vivia um grande amor. Mesmo no palco, passava por explosões capazes de fazer com que o produtor Roberto de Oliveira dissesse, em tom de brincadeira, ""ela tem tudo para ser a Judy Garland brasileira, mas não bebe".

Em 1977, antes de entrar no palco onde pouco depois sua grande rival Maria Bethânia, ela teve uma crise de choro e recusou-se a cantar. Temia audiência, mas ao dominá-la, saiu coberta de aplausos e chegou feliz ao camarim, onde, pouco depois, começou a quebrar tudo. Por quê? Ouvira os aplausos dados a Bethânia e julgara-se batida. "Quem é melhor? Eu ou a Bethânia", perguntava com alguma insistência, há poucos anos, sem segurança suficiente para acreditar na sinceridade de quem lhe garantia que era ela.

SEVERO APRENDIZADO - Era a melhor porque poucas cantoras tinham o seu espectro vocal. Rita Lee admite que não tem a metade da extensão de Elis. Bethânia sabe que lhe faltam os agudos. Gal, com extensão e agudos, tem graves pouco educados. Elis Regina, que no início da carreira esbanjava tanto agudos quanto fricotes, foi buscar pelo exercício os graves que lhe faltavam e, ao final de um severo aprendizado, era capaz de acompanhar as difíceis construções harmônicas de Milton Nascimento que já machucaram tantos intérpretes.

Assim como não há quem lhe tire os méritos de grande cantora e intérprete, nenhuma briga poderia tirar-lhe a conduta profissional impecável com músicos e colegas. Não apenas protegia valores jovens como, também, defendia os interesses de quem trabalhava ao seu lado. Há dois anos, quando fazia no Canecão o show "Saudades do Brasil", soube que o empresário Mário Priolli negara um aumento aos bailarinos. "Ou aumenta a moçada ou eu paro com o show", disse a Priolli recebendo de volta o aumento. Doou dinheiro para entidades de defesa do direito autoral, e , recentemente, quando um grupo de cantores foi a Brasília pedir ao governo que liberasse o disco da taxação dos supérfluos, fulminou a iniciativa: "Isso é defender as gravadoras. Elas é que têm de se preocupar com essa questão e não os artistas, de quem já tiram sua riqueza".

Depois do rompimento com o compositor Camargo Mariano, Elis recompôs sua vida sentimental com o advogado Samuel Mac Dowell Figueiredo. Trocou a casa ecológica da serra da Cantareira, onde fazia longas análises dos confortos da vida silvestre, por um apartamento no centro dos espigões paulistas. Deixou o espiritismo que a levava a psicografar mensagens de um avô índio, perdeu o interesse pela parapsicologia e concentrou--se nas virtudes do vegetarianismo – ostensivamente, só bebia guaraná em pó. Ao lado de tanta excentricidade, porém, estava uma vocação caseira. Comia suas verduras mas oferecia aos convidados lombo de porco com alecrim e molho de cerveja. Metódica, acompanhava atentamente a educação dos filhos, a arrumação dos copos, e era capaz de irritar-se se as suas meias coloridas fossem arrumadas fora da escala cromática que pacientemente concebera. "Eu conheci o sucesso sem estar preparada para enfrentar a vida", reconhecia Elis numa daquelas frases que soam proféticas depois que se morre.

No seu caso, porém, esse despreparo aparente não se refletiu quando ela chegou morta ao Hospital das Clínicas, mas sobretudo nos dias em que, vivíssima, era aplaudida em seus shows. A razão dessa angústia poderia estar na origem humilde, mas nem todos os artistas nascidos humildes são ostensivamente angustiados no sucesso: a imagem serena de Roberto Carlos prova isso à exaustão. A melhor explicação, e a única capaz do desembocar num copo onde se misturam álcool e cocaína às 10 horas da manhã, está numa competitividade exacerbada. Compulsão esta germinada numa menina que aos 11 anos cantava no Clube do guri, programa de calouros de Porto Alegre, e aos 22 casou-se de vestido cumprido com noivo de fraque na capela Mayrink, templo do pernosticismo social carioca.

SEGURANÇA FUGAZ - Elis nunca foi uma artista publicamente envolvida com drogas Pelo contrário. Ao longo de toda a década do tropicalismo ela hostilizou o desbunde chegou a sugerir que se desligassem as tomadas dos palcos onde subisse Caetano Veloso, para que não pudesse ligar a guitarra elétrica. Nada mais "careta". Afinal, em sua casa havia uma garrafa de vermute, bebida improvável na prateleira de alguém que efetivamente procura álcool. Assim, a cocaína não entrou no quarto de dormir do Elis pela porta do modismo, mas precisamente pelo pique, pela sustentação que dá ao competitivo, pela segurança fugaz que oferece aos tensos. Nesse sentido, o próprio pó é a quintessência do caretismo.

Paradoxalmente, ela morreu quando se orgulhava de viver com um homem, com quem "não poderia competir", pois Mac Dowell, ao contrário de todos os seus namorados e maridos, ligados ao mundo do espetáculo, é um bem-sucedido advogado, que, antes dela, jamais chegara sequer aos bastidores. "Passei anos complicando as coisas, agora quero voar", dizia há poucos meses. E, de fato, pelas primeiras reações de quase todos os seus amigos, ela vivia não só um período de grande densidade artística, desde o sucesso do show "Trem Azul", do ano passado, como também de muita felicidade pessoal.

A seleção de seu próximo disco, que deveria aparecer em março, poderia ser a grande surpresa. Mostrava-se segura ousando gravar "O Amor", que Gal Costa acabara de colocar nas lojas sem grande sucesso. E, além de novamente oferecer nomes novos, vinha com velhos sucessos como "Till There as You", dos Beatles. Seu último disco "Elis Regina", vendeu 52 000 cópias, desempenho medíocre para uma estrela e auspicioso para um estreante. Mesmo vendendo pouco, ela era um dos melhores cachês de shows e, no fim das contas, a pobre menina de 1963 estava rica, mas, sempre perseguida pela maledicência, era acusada de avarenta, num mundo de inveja onde quem não é acusado disso tem fama do pródigo, pois nada há de mais anormal do que se ver num artista alguém normal, ou, pelo menos, alguém muito parecido com as demais pessoas.

Sua normalidade, tão pouco explorada, não se extingue na repetição do talento, mas vai a alguns pontos até mesmo raros. Nada tinha de falsa vaidade das estrelas. Recusou uma sugestão para que seu carro tivesse chofer, vestia-se conservadoramente e, na hora de construir uma casa na serra, da Cantareira, passou numa empresa de pré-fabricados, mandou embrulhar uma e nela viveu feliz muitos anos. Jamais fez concessões ao escândalo ou ao gênero heroína do fotonovela. Todos os seus romances tiveram endereço e, se dependesse dela, a imprensa jamais os alcançaria.

Sempre manteve os filhos fora da linha de tiro dos espetáculos. Agora, deverá se esclarecer com quem ficam João Marcelo, filho do Ronaldo Bôscoli, a quem ela proibia que visitasse a criança, de 11 anos, Pedro, de 6, e Maria Rita, de 4, ambos vindos de seu casamento com César Camargo Mariano. Se a sua vontade de que os três nunca se separem puder ser cumprida, ficarão todos com seu irmão Rodrigo ou com os avós, que vivem em São Paulo, trazidos e mantidos por ela desde que o sucesso tirou-a definitivamente de Porto Alegre.

"FAÇO, MAS COM MEDO" - Para todos, desde os amigos até os parentes, o segundo choque da morte de Elis, provocado pelo laudo médico, será, por algum tempo, o mais difícil de absorver. No entanto, é certo que sua memória haverá de resistir às circunstâncias dramáticas do fundo sua vida, assim como a cantora americana Janis Joplin, morta com uma dose excessiva de heroína em 1970, não teve sou valor artístico julgado pelos padrões do sua vida conturbada. Só morta, Elis Regina conseguiu abrir o caminho para que a julgassem como artista, sem misturar a isso sua vida pessoal e suas decisões erráticas. Afinal, ninguém acreditava nessa pessoa audaciosa quando ela dizia que "morro do medo, faço todos os espetáculos me borrando do medo, todos os dias. Faço, mas com medo. E se mandar parar, eu paro, porque medo eu tenho".

Esse medo, porém, era convertido em agressividade nas relações cotidianas e em inspiração sublime no palco. E Elis, que sabia quem ela era, alcançava as maledicências que a perseguiam: "No dia em que alguém for reorganizar o sou fichário na pasta ou no compartimento Elis Regina, vai ter muito trabalho. "Eu não tenho a menor intenção de ser simpática a algumas pessoas. Me furtam o direito inclusive de escolher. Sou obrigada a aceitar quem passar pela frente. Me tomam por quem? Um imbecil? Sou algo que se molda do jeitinho que se quer? Isso é o que todos queriam, na realidade. Mas não vão conseguir, porque quando descobrirem que estou verde já estarei amarela. 
Eu sou do contra. Sou a Elis Regina do Carvalho Costa que poucas pessoas vão morrer conhecendo.

DISCOGRAFIA DE ELIS REGINA

Elis Regina teve um grande e profícuo trabalho musical.
A Rádio na Internet foi buscar os dados do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira e o maravilhoso levantamento de seus discos realizado pelo site do cantor Raimundo Fagner para ilustrar este importante documento sobre a que foi considerada a maior cantora do Brasil: Elis Regina   

Fontes: www.dicionariompb.com.br / www.raimundofagner.com.br   

Elis Regina Carvalho Costa
 * 17/3/1945 Porto Alegre, RS 
 + 19/1/1982 São Paulo, SP   


HISTÓRIA MUSICAL 
Em 1959, assinou seu primeiro contrato profissional com a Rádio Gaúcha de Porto Alegre (com a condição imposta pela mãe de que tirasse boas notas no colégio), apresentando-se no "Programa Maurício Sobrinho", de Maurício Sirotsky Sobrinho. 

No ano seguinte gravou, para a Continental, seu primeiro compacto simples com as músicas "Dá sorte" e "Sonhando". 


Em 1961, gravou seu primeiro LP, também para a Continental, "Viva a Brotolândia", produzido por Nazareno de Brito. Foi coroada "Rainha do Disco Clube", com uma grande festa. 


Em 1962, gravou o segundo LP para a Continental, "Poema". No dia 31 de dezembro deste mesmo ano, recebeu no Salão de Atos da PUC, em Porto Alegre, o prêmio de Melhor Cantora do Ano. Foi crooner do conjunto Flamboyant, nas noites de Porto Alegre. 


No ano seguinte gravou, para a CBS, o LP "O bem do amor", produzido por Evandro Ribeiro. 


Em março de 1964, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde assinou contrato com a TV Rio, participando do programa "Noites de Gala", ao lado de Marly Tavares, Trio Iraquitã, Jorge Benjor (na época Jorge Ben) e Wilson Simonal. Apresentou-se no Beco das Garrafas, levada por Dom Um Romão. Com o Copa Trio, de Dom Um Romão, participou do show "Bossa três", no Little Club. Atuou, ao lado de Marly Tavares e Gaguinho, no show "Sósifor", realizado na boate Bottle's, sob a direção de Luiz Carlos Miéle e Ronaldo Bôscoli. No dia 31 de agosto, estreou em São Paulo, com "Boa bossa", show beneficente para a Associação de Moças da Colônia Sírio-Libanesa, dirigido por Walter Silva. O espetáculo contou com a participação de Agostinho dos Santos, Sílvio César, Lennie Dale, Pery Ribeiro e o Zimbo Trio. Estreou ainda um show na boate Djalma, ao lado de Sílvio César. Foi contratada por Armando Pittigliani, da Companhia Brasileira de Discos, selo Philips, e participou junto ao Zimbo Trio do programa "Primeira Audição", apresentado no Colégio Rio Branco (SP), gravado pela TV Record. No dia 19 desse mês, participou do show "Bossa só", no Clube Hebraica (SP), e no dia 26 cantou com Marcos Valle a música "Terra de ninguém" (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle) no show "O remédio é bossa", promovido pela Escola Paulista de Medicina e dirigido por Walter Silva. No dia 23 de novembro, participou do I Denti-Samba, promovido pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, dirigido por Walter Silva. Cantou com o Copa Trio, grupo que a acompanhava desde o Beco das Garrafas. 


Em 1965, venceu o I Festival Nacional de Música Popular Brasileira (TV Excelsior) com "Arrastão" (Edu Lobo e Vinícius de Morais), recebendo o prêmio Berimbau de Ouro e projetando-se nacionalmente. Essa participação foi considerada seu lançamento público como estrela nascente para a MPB. Dois dias após o festival, estreou no Teatro Paramount (SP) o show "Elis, Jair e Jongo Trio", produzido por Walter Silva. O espetáculo foi gravado ao vivo e lançado no LP "Dois na bossa". O disco fez grande sucesso e valeu à cantora e a Jair Rodrigues um contrato com a TV Record para um programa semanal de música brasileira. No dia 10 de abril, recebeu, na TV Record, o prêmio Roquete Pinto, como Melhor Cantora de 1964. No dia 19 de maio, estreou, na TV Record, o programa semanal "O Fino da Bossa", dirigido por Manoel Carlos, Raul Duarte, Tuta Machado de Carvalho e Nilton Travesso. Comandou o programa, com a presença constante de Jair Rodrigues, recebendo como convidados grandes nomes da música brasileira e lançando muitos sucessos. Ainda nesse ano, lançou o disco "Samba eu canto assim", primeiro LP individual para a Companhia Brasileira de Discos (CBD), selo Philips. 


Em janeiro de 1966, viajou para a Europa, onde ficou até o início de março. Fez shows em Lisboa e Luanda com Jair Rodrigues e o Zimbo Trio. 


De volta ao Brasil, apresentou-se com o Zimbo Trio, nos dias 10, 11 e 12 de março, no Jardim de Inverno Fasano (SP). Lançou o disco "Elis", o segundo pela CBD-Philips, com destaque para "Canção do sal", de Milton Nascimento. Participou, no mês de setembro, do II Festival da Música Popular Brasileira (TV Record), cantando "Ensaio geral" (Gilberto Gil), que obteve o quinto lugar, e "Jogo de roda" (Edu Lobo e Ruy Guerra). O selo Artistas lançou o primeiro disco independente feito no Brasil, "Viva o Festival da Música Popular Brasileira", gravado durante o festival. Em outubro, participou na fase nacional do I Festival Internacional da Canção (TV Rio), com a canção "Canto triste" (Edu Lobo e Vinícius de Moraes), acompanhada por uma orquestra de cordas e por Edu Lobo ao violão. Foram vaiados quando a música foi classificada para a finalíssima da fase nacional. Em dezembro, fez show na boate ZumZum (RJ), com Baden Powell . 


No dia 19 de junho de 1967, o "Fino da Bossa" saiu do ar. Atuou, ao lado de Jair Rodrigues, em três programas da série "Frente Única - Noite da MPB" (TV Record). Participou, ao lado de Gilberto Gil e Edu Lobo, de uma passeata em defesa das raízes da MPB, contra a invasão da música estrangeira. Em outubro, interpretou, no III Festival da Música Popular Brasileira (TV Record), a canção "O cantador" (Dori Caymmi e Nelson Motta). Foi classificada para a finalíssima, ganhando o prêmio de Melhor Intérprete. Lançou um compacto com "Tristeza que se foi" (Adílson Godoy) e "Upa, neguinho" (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri), um dos maiores sucessos de sua carreira. Lançou mais um compacto, dessa vez com "Travessia" (Milton Nascimento), música classificada em segundo lugar no II Festival Internacional da Canção (TV Globo), e "Manifesto" (Guto Graça Melo e Mariozinho Rocha). 


Em janeiro de 1968, viajou para a Europa, onde representou o Brasil no II Mercado Internacional do Disco e da Edição Musical (MIDEM), em Cannes, França, e apresentou-se nas TVs inglesa, holandesa, belga, suíça e sueca. No dia 6 de março, estreou no Olympia de Paris, acompanhada pelo Bossa Jazz Trio. Em abril, a TV Record dedicou-lhe o "Show do Dia 7", com três horas e meia de programa contando sua vida. Sem ensaio, substituiu, em maio desse ano, as cantoras Cynara e Cybele, num show que a dupla fazia ao lado de Baden Powell. Apresentou-se, também, com Jair Rodrigues e o Bossa Jazz, no Teatro Ópera, em Buenos Aires. Venceu a I Bienal do Samba (TV Record), com "Lapinha" (Baden Powell e Paulo César Pinheiro). No dia 30 de maio foi ao ar pela TV Record o segundo programa "Elis Especial", gravado no Teatro Paramount, (SP), com direção de Miéle e Bôscoli, e, no dia 27 de junho, o terceiro programa "Elis Especial", gravado no Teatro Paramount (SP). Em agosto, fez uma temporada de um mês na boate Sucata (RJ), de Ricardo Amaral,. Seiscentas pessoas assistiram à estréia do show, dirigido por Miéle e Bôscoli. Integrou o júri internacional do III Festival Internacional da Canção (TV Globo). Nessa fase, venceu "Sabiá" (Tom Jobim e Chico Buarque), vaiada na fase nacional pela platéia, que preferiu "Caminhando (Pra não dizer que não falei de flores)", de Geraldo Vandré. Ainda nessa fase nacional, Caetano Veloso também concorreu, com sua canção "Proibido proibir", também vaiada pelo público, e foi desclassificado ao discursar contra o público e o júri. No dia três de outubro, em entrevista ao "Jornal da Tarde", declarou sobre o Tropicalismo: "Eu só digo uma coisa: vai bem quem faz coisa séria. Quem quer fazer galhofa, piada com o público, que se cuide. Tropicália é um movimento profissional e promocional, principalmente. De artístico mesmo não tem nada, nada, nada". Lançou o LP "Elis Especial", pela CBD-Philips. Em 23 de outubro, iniciou nova temporada no Olympia, em Paris, ficando em cartaz até o dia 11 de novembro. Gravou um compacto duplo, com a participação de Pierre Barouh na música "Noite dos mascarados" (Chico Buarque), cantada em francês e com arranjos de Eumir Deodato. Apresentou-se, também, no Cassino Estoril, em Lisboa, Portugal. No dia 28 de novembro, a TV Record apresentou o especial "Elis em Paris", gravado durante a temporada no Olympia. 


Em janeiro de 1969, apresentou-se novamente no Mercado Internacional do Disco e da Edição Musical (MIDEM), em Cannes. Fez programas nas TVs francesa, inglesa, suíça, sueca, belga e holandesa. No dia 18 de março, estreou, na TV Record, a série de programas "Elis Studio", dirigida por Miéle e Bôscoli. No dia cinco de abril, foi homenageada na quadra da Estação Primeira de Mangueira, que lhe concedeu o título de "Cidadã da Mangueira". Em maio, saiu da TV Record e viajou para Londres, onde gravou um LP com o maestro inglês Peter Knight. Em junho, na Suécia, gravou um LP com o gaitista Toots Thielemans. Lançou o LP "Elis, como e porquê". Em julho, estreou, no Rio de Janeiro, o show "Elis com Miéle & Bôscoli", no Teatro da Praia, acompanhada pela banda formada por Roberto Menescal (guitarra), Wilson das Neves (bateria), José Roberto (contrabaixo), Hermes (percussão) e Jurandir (piano). Lançou, com Pelé, um compacto com duas composições assinadas pelo jogador: "Vexamão" e "Perdão não tem". 


No dia dois de abril de 1970, grávida de sete meses, estreou no Canecão (RJ) um show dirigido por Miéle e Bôscoli, com direção musical de Erlon Chaves. Nesse espetáculo, cantou "Não tenha medo" (Caetano Veloso) e "Fechado pra balanço" (Gilberto Gil), feitas especialmente para ela e enviadas do exílio, em Londres, e revelou Tim Maia. Lançou ainda o LP ". . . Em Pleno Verão", pela Philips. No dia 20 de novembro, estreou, para uma curta temporada, o show "Com a cuca fundida", na casa de shows Di Mônaco (SP). Lançou um compacto duplo pela Philips, com a música "Madalena" (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza).


Em janeiro de 1971, assinou contrato com a TV Globo, onde dividiu com Ivan Lins o comando do programa "Som Livre Exportação". Em abril lançou, pela CBD-Philips, o LP "Ela". Estreou em junho, pela TV Globo, o programa mensal "Elis Especial", dirigido por Miéle e Bôscoli. Em outubro, aceitou presidir o júri do VI Festival Internacional da Canção (TV Globo). Foi a única convidada brasileira a participar, com "Madalena". 


No dia 1º de março de 1972, estreou o show "É Elis", com direção de Miéle e Bôscoli, no Teatro da Praia (RJ). A banda foi composta por César Camargo Mariano (piano), Luizão Maia (contrabaixo), Luís Cláudio (guitarra), Ronaldo (tumbadora) e Paulinho Braga (bateria). Compositores como Sueli Costa, Vitor Martins, Fagner, João Bosco e Aldir Blanc, pouco conhecidos na época, tiveram músicas apresentadas nesse show. Em junho, após a separação de Ronaldo Bôscoli, saiu do ar o programa "Elis Especial", depois de quase um ano em cartaz, quando a cantora rescindiu seu contrato com a TV Globo. Em setembro, cantou nas Olimpíadas do Exército, o que gerou polêmica e incompreensão por parte da imprensa. No mês de outubro, estreou no Mônaco Music Hall (SP), com César Camargo Mariano e uma banda de onze músicos. Lançou "Elis", pela CBD-Phonogram/Philips, com arranjos e teclados de César Camargo Mariano. 


Em 12 e 13 de maio de 1973, participou, ao lado de outros artistas, da série de shows que compuseram a mostra "Phono 73", promovido pela Philips e lançado em discos. Nesse evento, após uma fria recepção da platéia, foi defendida por Caetano Veloso, que também estava na platéia, e que gritou: "Respeitem a maior cantora desta terra". Em julho lançou "Elis". No dia 10 de agosto, partiu em excursão para o chamado circuito universitário, acompanhada por uma banda formada por César Camargo Mariano (piano), Paulinho Braga (bateria), Luizão Maia (baixo), Chico Batera (percussão) e Olmir Stocker (guitarra), com a qual percorreu os estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná, durante trinta e seis dias. Depois dessa excursão, rompeu com o empresário Marcos Lázaro. 


Em fevereiro de 1974, gravou o disco "Elis & Tom", que contou também com a participação de César Camargo Mariano (arranjos e piano). O disco foi gravado nos estúdios da MGM em Los Angeles, entre os dias 22 de fevereiro e 9 de março. No dia dois de maio, estreou no Teatro Maria DeIla Costa (SP) o recital "Elis", com direção musical de César Camargo Mariano e banda formada por Luizão Maia, Paulinho Braga, Chico Batera, César Camargo Mariano e Hélio Delmiro (guitarra e violão). Em julho, participou do show de inauguração do Teatro Bandeirantes (SP), ao lado de Chico Buarque, Maria Bethânia, Tim Maia e Rita Lee. Em seguida, partiu para mais uma série de shows no circuito universitário, organizado por Roberto de Oliveira. Lançou, em agosto, o disco gravado com Tom Jobim em Los Angeles. Nos dias 3 e 4 de outubro, o espetáculo "Elis & Tom" foi apresentado no Teatro Bandeirantes (SP), com o acompanhamento do Quinteto de César Mariano e de orquestra dirigida pelo maestro Leo Peracchi. Em novembro, lançou "Elis". De 20 a 23 de novembro, fez recitais no Teatro da Universidade Católica (Tuca), em São Paulo, com uma banda formada por César Camargo Mariano, Natan Marques (guitarra e violão), Luizão Maia, Francisco José de Souza (percussão) e Antônio Pinheiro Filho (bateria). 


No início de 1975, criou com César Mariano, seu irmão Rogério Costa e mais outro sócio, a Trama, empresa que passou a produzir espetáculos musicais. Em setembro, começou a ensaiar o show "Falso brilhante", no qual cantou músicas do ainda desconhecido cantor e compositor Belchior. Junto com os músicos, fez aulas de expressão corporal com José Carlos Viola, laboratórios com o psiquiatra Roberto Freire e exercícios de sensibilização teatral com Minam Muniz, a diretora do espetáculo, que contou ainda com a participação de dois atores: Lígia de Paula e Janjão. Foi produzido pela Trama, com cenários de Naum Alves de Souza, figurinos de Lu Martin e direção musical de César Camargo Mariano. O espetáculo estreou dia 17 de dezembro no Teatro Bandeirantes (SP) e registrou um sucesso estrondoso do início ao fim da temporada de 14 meses com uma média de mil e quinhentas pessoas por dia. Viajou, com César Mariano, Raul Cortez e Ruth Escobar, para Brasília, onde obteve a liberação da peça "Mockinpott", de Peter Weiss, cuja montagem, no Teatro de Arena de Porto Alegre, havia sido proibida horas antes da estréia. Doou a renda de uma noite do show "Falso brilhante" para ajudar o grupo a pagar os prejuízos causados pelo adiamento da estréia. O disco "Falso brilhante" foi lançado, com parte do repertório do show gravado em estúdio. No dia 15 de março, "Falso brilhante" foi contemplado com o prêmio de Melhor Show, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte. 


Em setembro desse mesmo ano, financiou o segundo número do jornal "Nós mulheres", publicado pela Associação de Mulheres (SP). "Falso brilhante" bateu o recorde no show business brasileiro, com um público de 194.993 pessoas desde sua estréia, ficando por mais quatro meses em cartaz e encerrando sua temporada no dia 18 de fevereiro de 1977, depois de 257 apresentações e de ter sido visto por 280 mil pessoas que lhe renderam uma bilheteria total de oito bilhões de cruzeiros para um gasto inicial de 560 milhões (dados do jornal "Última Hora", SP, 18/2/77).


No dia 25 de julho de 1977, apresentou-se no programa "Fino da Música", número 3, para uma platéia de mais de três mil e quinhentas pessoas, no Palácio de Convenções do Anhembi (SP). Nesse programa, Renato Teixeira apresentou seu sucesso "Romaria". Em agosto desse ano, lançou o LP "Elis" pela Phonogram/Philips. No dia 17 de novembro, estreou o show "Transversal do tempo", no Teatro Leopoldina, em Porto Alegre, com roteiro e direção de Aldir Blanc e Maurício Tapajós. César Camargo Mariano assumiu a direção musical e os teclados, ao lado de Nathan Marques (guitarra e violão), Crispim del Cistia (guitarra e teclados), Fernando Cisão (baixo) e Dudu Portes (bateria). 


No dia nove de janeiro de 1978, foi realizada no Teatro Ruth Escobar (SP) uma reunião para discutir uma proposta de estatuto para a criação da seção paulista da Sombrás (Sociedade Musical Brasileira) e da Assim (Associação de Intérpretes e Músicos). Dessa reunião também participaram Ivan Lins, Marília Medalha, Paulinho Nogueira, Tom Zé, maestro Benito Juarez, Marcus Vinícius e mais 30 artistas. Passou a participar das diretorias das duas entidades. No dia 26 de janeiro, voltou a Brasília, com César Camargo Mariano, Martinho da Vila e Marcus Vinícius, para expor, ao então ministro da Educação Ney Braga, as diretrizes da Assim. Em fevereiro, apresentou "Transversal do tempo" no Teatro Sistina de Roma e, dias depois, no Teatro Lírico de Milão. Em 1º de março, apresentou o espetáculo no Club de Vanguardia, em Barcelona, e no dia sete estreou no Teatro Ginástico (RJ), para uma temporada de três meses. Em junho, saiu o LP, gravado ao vivo. Em outubro, foi publicado pela revista "Veja" um depoimento revelando sua recusa a levar o show para Buenos Aires, a convite do empresário Ronnie Scally: "Enquanto meu disco ('Falso Brilhante') continuar proibido pela censura argentina, não me apresento lá" (A censura havia interditado o disco por causa da música "Gracias a la vida", de Violeta Parra.). 


Em janeiro de 1979, foi ao ar, pela TV Bandeirantes, um programa especial, no qual a cantora aparece passeando e cantando com Adoniran Barbosa e visitando Rita Lee em uma discoteca paulista, com direção de Roberto de Oliveira e Sueli Valente. No fim desse mês, "Transversal do tempo" saiu de cartaz. Em fevereiro, assinou contrato com a gravadora WEA. A gravadora Philips lançou, então, um LP intitulado "Elis especial", com músicas que ela havia cantado em ensaios de estúdios e outras que haviam sido cortadas das edições finais dos discos, uma vez que a cantora lhe devia 16 fonogramas. Participou do "Show de maio", com renda revertida para o fundo de greve dos metalúrgicos de São Paulo, realizado em um enorme galpão do velho estúdio da Cia. Vera Cruz de Cinema, em São Bernardo do Campo, com cinco mil pessoas presentes. No dia 15 de maio, foi lançado o primeiro compacto simples gravado pela WEA, com "O bêbado e o equilibrista", de João Bosco e Aldir Blanc, e "As aparências enganam", dos então novatos Tunai (irmão de João Bosco) e Sérgio Natureza. "O bêbado e o equilibrista" foi imediatamente apelidado de "Hino da Anistia", cuja campanha se intensificava no Brasil, e receberia o título de uma das grandes canções do séc. XX pela crítica brasileira, reunida na ABL por ocasião de seu centenário. Em julho, lançou, pela WEA, o LP "Essa mulher", que incluiu, "O bêbado e a equilibrista", "Basta de clamares inocência", música inédita de Cartola, e uma canção inédita de Baden Powell, além da faixa-título (Joyce e Ana Terra), entre outras. No dia 15 de julho, apresentou-se no Grand Palace de Bruxelas, numa festa musical que comemorou os mil anos da cidade. No dia 19, apresentou-se na "Noite Brasileira" do 13º Festival de Jazz de Montreux, acompanhada pelos músicos César Camargo Mariano, Hélio Delmiro, Luizão Maia, Paulinho Braga e Chico Batera . Nesse show, foi ovacionada de pé pela platéia durante 11 minutos. No final da noite, fez uma jam session com Hermeto Pascoal. Ainda em julho, cantou no Festival de Jazz de Tóquio. No dia 30 de agosto, começou uma série de apresentações do novo show, que teve a estréia nacional no Ginásio Municipal de Esportes de Sorocaba, interior de São Paulo, para uma platéia de duas mil e quinhentas pessoas. Na banda, além de César Camargo, os músicos Crispim dei Cistia (guitarra e teclados), Ricardo Silveira (guitarra, violão e viola), Luís Moreno (bateria), Nenê (baixo) e Chacal (percussão). A direção musical foi de César Camargo Mariano e a direção de som de seu irmão Rogério Costa. 


Em janeiro de 1980, começou os primeiros ensaios e seleção de elenco para o show "Saudade do Brasil", no Teatro Procópio Ferreira (SP). No dia 20 de março, o show estreou no Canecão (RJ), com um elenco de vinte e quatro pessoas, entre músicos e bailarinos. O espetáculo foi dirigido por Ademar Guerra e coreografado por Márika Gidali, com quem fez aulas de dança. Foi lançado o álbum duplo "Saudade do Brasil", contendo a íntegra do show, mas gravado em estúdio. No dia três de outubro, foi ao ar o especial "Elis Regina Carvalho Costa", programa da série "Grandes Nomes" realizado pela TV Globo. Nesse ano, ainda lançou seu primeiro disco pela EMI-Odeon, "Elis", último gravado pela cantora. No dia seis de março 1981, dentro da série "Grandes Nomes", a TV Globo apresentou o especial de Gal Costa, que a recebeu como convidada especial. Em nove de julho, foi para o Chile participar de um programa de televisão, voltando a São Paulo no dia 12 para continuar os ensaios de seu novo espetáculo. 


No dia 22 de julho de 1981, estreou o show "Trem azul" no Canecão paulista, com direção de Fernando Faro e cenário de Elifas Andreato. Na banda, Sérgio Henriques e Paulo Esteves (teclados), Nathan Marques (guitarra e violão), Luizão Maia (baixo), Téo Lima (bateria), Otávio Bangla (sax tenor e soprano) e Nilton Rodrigues (trumpete e flugelhorn). Os arranjos foram feitos por César Camargo Mariano e Nathan Marques. César não participou do show. No dia 19 de setembro, realizou a última apresentação em sua terra natal, com o show "Trem azul", no ginásio de esportes Gigantinho. Nesse mesmo ano, assinou contrato com a gravadora Som Livre. No dia 31 de dezembro, fez sua última apresentação na televisão num especial de fim-de-ano da TV Record. 


No dia cinco de janeiro do ano seguinte, deu sua última entrevista, no programa "Jogo da verdade" (Televisão Cultura de São Paulo), concedida a Salomão Esper, Zuza Homem de Mello e Maurício Kubrusly. Faleceu repentinamente no dia 19 de janeiro de 1982, terça-feira, às 11h45, em São Paulo, por intoxicação exógena aguda. Seu corpo foi levado para o Teatro Bandeirantes, onde foi velado até o dia seguinte. Estava vestida com a camiseta que não pôde ser usada no show "Saudade do Brasil", dois anos antes: a bandeira brasileira, com seu nome no lugar de "Ordem e Progresso". O Teatro Bandeirantes ficou cheio durante a noite e a madrugada. A morte foi manchete em jornais: "Perdemos nossa melhor cantora" ("Jornal da Tarde", SP, 20/1), "Suspeita de suicídio na morte de Elis Regina" ("O Estado", SC, 20/1), "Causa da morte de Elis só vai ser confirmada amanhã" ("Jornal do Brasil", RJ, 20/1), "Brasil chora morte de Elis" ("A Notícia", Joinville, SC, 20/1), "Coração mata Elis" ("O Estado do Paraná", 20/1), "Elis" ("Folha da Tarde", RS, 20/1), "O Brasil sem Elis Regina" ("Folha de S. Paulo, 20/1). 

No dia 20 de janeiro, o Departamento de Trânsito de São Paulo criou um esquema especial para o cortejo, do Teatro Bandeirantes ao cemitério do Morumbi. A pé, de carro ou moto, milhares de pessoas acompanharam o carro do Corpo de Bombeiros que levou o caixão. Foi sepultada por volta de uma hora da tarde, no túmulo 2199, quadra 7, setor 5 do cemitério do Morumbi. No dia 21 de janeiro, o delegado do 4º Distrito Policial de São Paulo, Geraldo Branco de Camargo, divulgou os resultados da autópsia e dos exames toxicológicos realizados em seu corpo. O laudo número 415/82 do Laboratório de Toxicologia do Instituto Médico-Legal revelou "resultado positivo para cocaína e álcool etílico, este na quantidade de um grama e seiscentos miligramas de álcool etílico por litro de sangue; a quantidade de álcool etílico encontrada em nível sangüíneo revelou estar a vítima sob estado de embriaguez, e a presença de cocaína caracterizou o estado tóxico, que em somatória pode responder pelo evento letal". 
Missas de sétimo dia foram rezadas em São Paulo, Rio de Janeiro e em várias cidades do Brasil. No dia primeiro de maio, foi registrada oficialmente a Associação Brasileira Elis em Movimento (ABEM), com sede em São Paulo, criada com o objetivo de preservar a arte e a memória da cantora. Várias outras homenagens foram feitas, entre as quais a inauguração do Teatro Elis Regina em São Bernardo do Campo, e o lançamento od número zero do jornal "Elis em Movimento". 

No dia 14 de janeiro de 1983, foi aberta, no Centro Cultural São Paulo, a "I Semana Elis Regina", uma promoção da Rede Globo de Televisão, em convênio com a Secretaria de Cultura de São Paulo. No dia 19 de janeiro foi celebrada a missa de primeiro aniversário de morte na Catedral da Sé (SP), com a presença de cinco mil pessoas. A Escola de Samba Unidos de Vila Isabel (RJ), promoveu a "Noite dos Imortais", com um show em sua homenagem, e foram inauguradas duas exposições em São Paulo: "Elis 100% Nacional", com guaches de Vicente Gil, na Galeria Paulo Figueiredo, e "Elis Paz", no Spazio Pirandelio. No dia 27 de fevereiro, foi aberto o "II Mês Musical Elis Regina", com uma série de shows nos teatros da prefeitura de São Paulo. No dia 10 de novembro, o Ballet Art estreou no Teatro da Hebraica, SP, o espetáculo "Elis - 4 estações". 


No dia 16 de janeiro de 1984, foi aberta, no Centro Cultural São Paulo, a "II Semana Elis Regina", promovida com a colaboração da Rádio e TV Gazeta. Foi, ainda, lançado, pelo Opus Vídeo e Fonográfica/selo Elenco, o álbum duplo "Elis vive". No dia 22 de janeiro, o prefeito Mário Covas e o secretário de Cultura Gianfrancesco Guarnieri inauguraram, em São Paulo, a Praça Elis Regina. Em fevereiro, a Escola de Samba União de Vila Prudente (SP) saiu às ruas, no carnaval, com o samba-enredo "Elis Regina, o som da festa eterna desta musa", de autoria de Nelson Coelho, Roberto Lindolfo e Ditão. No dia 22 de fevereiro, estreou no Teatro São Pedro, SP, o espetáculo "Elis, com um pássaro no ombro". 


Vários discos póstumos foram lançados, entre os quais, "Elis Regina XIII Montreux Jazz Festival", com a gravação da apresentação em julho de 1979 (o disco não havia sido lançado, na época, porque a qualidade técnica da gravação não tinha sido aprovada). Foi lançado, também, o álbum duplo "Trem Azul", pela Som Livre, contendo a gravação da última apresentação do espetáculo em São Paulo, no Palácio de Convenções do Anhembi. A gravação original fora feita em uma fita cassete normal, mono, por seu irmão e técnico de som Rogério Costa. A fita passou por uma série de processos de purificação. Esse álbum foi contemplado com o Disco de Ouro, pela vendagem de mais de 120.000 exemplares, e com o prêmio especial da Associação Paulista dos Criticos de Arte, pelo tratamento dado à gravação original. 


Em 1999, a Universal Music lançou a caixa "Transversal do tempo", contendo os 20 discos gravados pela cantora na gravadora PolyGram e ainda um outro volume, batizado "Elis especial", com sobras de estúdio, além de um livreto assinado por Tárik de Souza, com dados sobre a carreira da intérprete.


Em 2002, foi levado ao palco do Centro Cultural Banco do Brasil (RJ) o musical "Elis - Estrela do Brasil", dirigido por Diogo Vilela e estrelado por Inês Viana. Nesse mesmo ano, a Universal Music lançou a coletânea "20 anos de saudade". Ainda em 2002, a gravadora Velas lançou a série de três CDs "O Fino da Bossa", contendo gravações realizadas entre 1965 e 1967 no programa da TV Record comandado pela cantora e por Jair Rodrigues. As gravações, lançadas originalmente em 1994, foram remasterizadas para o projeto coordenado por Zuza Homem de Mello.


Em 2004, o disco "Elis & Tom" ganhou reedição remixada por César Camargo Mariano em duas versões, CD e DVD Áudio. Nesse mesmo ano, foi lançado o DVD "Elis Regina - MPB especial", contendo a edição digitalizada do programa "Ensaio", dirigido por Fernando Faro, gravado pela cantora na TV Cultura, em 1973, no qual ela canta 17 músicas, acompanhada por César Camargo Mariano (piano), Luizão Maia (baixo) e Paulinho Braga (bateria).


Em 2005, ano em que completaria seu 60º aniversário, a cantora foi tema do programa "Arquivo N", veiculado pelo canal a cabo Globonews.





DISCOGRAFIA
           

Elis Regina
, Maio de 1961(78 rpm - Continental 17.894)
Músicas: Dá Sorte (Eleu Salvador), Sonhando (B.de Vozzon/T. Ellis/Juvenal Fernandes)
Primeiro disco de Elis Regina.

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Elis Regina
, Julho de 1961(78 rpm - Continental 17.968)
Músicas: Dor de Cotovelo (João Roberto Kelly), Samba Feito Pra Mim (Paulo Tito)
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Viva a Brotolandia
, 1961(Vinil - Continental Brasil - LPP 3.161)
CD - Continental Brasil - 997636 2
Primeiro elepê de Elis Regina
Obs.: As capas apresentadas são do mesmo disco. Em reedições, às vezes são lançados com capas e nomes diferentes.
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Ellis Regina
, Março de 1962 (78 rpm - Continental 78-009)
Músicas: Pororó popó (João Roberto Kelly), Nos Teus Lábios (Haroldo Eiras/Ataliba Santos)
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Poema de Amor
, 1962 (Continental, CD & Vinil)
Obs.: As capas apresentadas são do mesmo disco. Em reedições, às vezes são lançados com capas e nomes diferentes.
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Elis Regina
, Dezembro de 1962 (78 rpm - CBS 3250)
Músicas: A Virgem de Macareña (B.B. Munterde/Calero/A.Bourget), 1,2,3, Balançou(Alcyr Pires Vermelho/Nazareno de Brito)
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Ellis Regina
, 1963 (Vinil - CBS 37257 XMB 503)
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O Bem do Amor
, 1963 (CBS - 492324, Vinil & CD)
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Elis Regina
, 1965 (Compacto Simples Phillips 365068)
Músicas: Menino das Laranjas e Sou Sem Paz
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Samba eu Canto Assim
, 1965 (Phillips, Vinil & CD)
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Dois na Bossa
, 1965 (Phillips, Vinil & CD)
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O Fino do Fino
, 1965 (Phillips, Vinil & CD)
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Elis Regina
, 1965 (Compacto Simples, Phillips 365083)
Músicas: Arrastão e Aleluia
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Elis Regina
, 1965 (Compacto Simples, Phillips 365111)
Músicas: ZambiEsse Mundo é Meu e Resolução
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Dois na Bossa N. 2
, 1966 ( Phillips, Vinil & CD)
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Elis
, 1966 ( Phillips, Vinil & CD)
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Elis
, 1966 (Compacto Duplo Phillips 440692)
Músicas: Menino das Laranjas, Último CantoPreciso Aprender a Ser Só e João Valentão
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Dois na Bossa
, 1966 (Compacto Duplo, Phillips 440690)
Músicas: Pot-Pourri com Jair RodrguesDeus com a Família e 
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Elis
 , 1966 (Compacto Duplo Phillips 441403)
Músicas: SaveirosJogo de RodaEnsaio Geral e Canto Triste
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Elis
 , 1966 (Compacto Simples Phillips 365137)
Músicas: Canto de Ossanha e Rosa Morena
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Ensaio Geral
, 1966 (Rosenblit - Artistas Unidos - 7004, Compacto Simples)
Músicas: Ensaio Geral e Jogo de Roda
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Elis
, 1966 (Compacto Simples Phillips 365159)
Músicas: Upa Neguinho e Tristeza Que Se Foi
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Elis, 1966 (Compacto Simples Phillips 365204)
Músicas: Saveiros e Canto Triste
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Dois na Bossa N. 3
, 1967 ( Phillips, Vinil & CD)
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Elis, 1967 (Compacto Simples Phillips 365225)
Músicas: Travessia e Manifesto
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Elis Especial
, 1968 ( Phillips, Vinil & CD)
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Elis Regina em Paris
, 1968 (Compacto Duplo Phillips 441421)
Músicas: DeixaA Noite do Meu BemNoite dos Mascarados e Tristeza
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Elis
, 1968 (Compacto Simples Phillips 365229)
Músicas: Ye-Mele e Upa Neguinho (ao Vivo no Festival de MIDEM)
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Elis
, 1968 (Compacto Simples Phillips 365234)
Músicas: Samba da Benção (ao Vivo no Teatro Olympia, Paris) e Canção do Sal
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Elis
, 1968 (Compacto Simples Phillips 365242)
Músicas: Lapinha Cruz de Cinza, Cruz de Sal
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Elis, Como & Porquê
, 1969 ( Phillips, Vinil & CD)
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Elis Regina & Toots Thielemans
, 1969 (Phonogram - Fontana, Vinil & CD)
Obs.: As capas apresentadas são do mesmo disco. Em reedições, às vezes são lançados com capas e nomes diferentes.
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Elis Regina in London
, 1969 (Phillips, Vinil & CD)
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Elis Como & Porquê - N. 1
, 1969 (Compacto Duplo Phillips 441453)
Músicas: AndançaSamba da PerguntaO Sonho e Giro
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Elis
, 1969 (Compacto Simples, Vinil - Phillips 365266)
Músicas: Casa Forte e Memórias de Marta Sare 
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Tabelinha - Elis x Pelé
, 1969 (Compacto Simples Phillips 365291)
Músicas: Perdão Não Tem Vexamão
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Em Pleno Verão
, 1970 (Phillips, Vinil & CD)
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Elis no Teatro da Praia
, 1970 (Phillips, Vinil & CD)
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Madalena
, 1970 (Compacto Duplo Phillips 441473)
Músicas: Madalena, Vou Deitar e Rolar, Fechado Pra Balanço e Falei e Disse
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Ela
, 1971( Phillips)
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Elis
, 1971(Compacto Duplo Phillips 6245007)
Músicas: Osanah, Nada Será Como AntesA Fia de Chico Brito e Casa no Campo
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Elis
, 1972 ( Phonogram, Vinil & CD)
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Elis
, 1972 (Compacto Duplo Phillips 6245016)
Músicas: Águas de MarçoAtrás da PortaBala com Bala e Vida de Bailarina
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Elis, 1972 (Compacto Simples Phillips 6069035)
Músicas: Águas de Março e Entrudo
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Elis
, 1973 ( Phillips, Vinil & CD)
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Elis & Tom
, 1974 (CD - Phillips Brasil - 824 418-2, CD - Phillips USA)

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Elis
, 1974 ( Phonogram, Vinil & CD)
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Elis
, 1975 (Compacto Duplo Phillips - 6245 043)
Músicas: Dois Pra Lá, Dois Pra CáO Mestre Sala dos MaresAmor Até o Fim eNa Batucada da Vida
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Falso Brilhante
, 1976 (Phillips, Vinil & CD)
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Falso Brilhante
, 1976 (Compacto Duplo Phillips 440692)
Músicas: Como Nossos PaisUm Por Todos, FascinaçãoVelha Roupa Colorida
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Elis
, 1977 ( Phillips, Vinil & CD)
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Elis - Transversal do Tempo
, 1978 (Phillips, Vinil & CD)
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Elis Especial
, 1979 ( Phillips, Vinil & CD)
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Elis, Essa Mulher
, 1979 ( WEA, Vinil & CD)
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Elis
, 1979 (Compacto Simples, WEA)
Músicas: O Bêbado e a Equilibrista As Aparências Enganam
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Saudade do Brasil
, 1980 ( WEA, Vinil & CD)
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Elis
, 1980 ( EMI Odeon, Vinil)
Último disco de carreira de Elis Regina
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Elis Regina, 1980 (Compacto Simples, WEA BR 12056)
Músicas: Alô, Alô Marciano e No Céu da Vibração
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Elis, 1980 (Compacto Simples EMI Odeon 006420207)
Músicas: Se Eu Quiser Falar Com Deus e O Trem Azul
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Encontros - Elis Regina e Seus Amigos, 1981(FONTANA, 6488 115, Vinil)
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Elis Regina - Montreux Jazz Festival
, 1982 (WEA ELEKTRA, Vinil & CD)
Obs.: As capas apresentadas são do mesmo disco. Em reedições, às vezes são lançados com capas e nomes diferentes.
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Trem Azul
, 1982 (Som Livre, Vinil & CD)
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Elis
, 1982 (Compacto Simples Som Livre 4016150)
Músicas: Me Deixas Louca e Baby Face
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Luz das Estrelas
, 1984 ( Som Livre, Vinil e CD)
Obs.: As capas apresentadas são do mesmo disco. Em reedições, às vezes são lançados com capas e nomes diferentes.
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Elis no Fino da Bossa
, 1994 (Velas 896378503013 - Caixa com 3 CD's)
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Elis ao Vivo
, 1995 ( Velas 896378507400, CD)
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Elis Vive
, 1998 ( WEA 39842 33722, CD) 
                         PARTICIPAÇÕES
            _________________________________
Discos com fonogramas de Elis Regina extraídos dos discos relacionados em Discografia.
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As 14 Mais - Vol. IX
, (CBS - Columbia 759.048/2-479238, Vinil & CD)
Musica : A Virgem de Macarena
Obs.:
 As capas apresentadas são do mesmo disco. Em reedições, às vezes são lançados com capas e nomes diferentes.
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A Bossa no Paramount
, 1965 (RGE, Brasil CD - RGE Brasil - RGE 9007 2)
Obs.: As capas apresentadas são do mesmo disco. Em reedições, às vezes são lançados com capas e nomes diferentes.
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Viva o Festival da Música Popular Brasileira
, 1966 (Rosenblit - Artistas Unidos)
Musicas : Ensaio Geral e Jogo de Roda 
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Festival dos Festivais
, 1966 (Phillips P 765.000 P)
Musicas : SaveirosCanção de Não Cantar e Jogo de Roda
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III Festival da Música Popular Brasileira - Vol. 2
, 1967 ( Phillips R 765 015 L)
Música : O Cantador
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II Festival Internacional da Canção Popular
, 1967 (Philiips Brasil R 765.019 L)

Música: Travessia
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Garota de Ipanema - Trilha do Filme
, 1967(Phillips R 765 022 L)
Música : Noite dos Mascarados (com Chico Buarque)
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I Festival Universitário da Música Popular Brasileira
, 1968 (Phillips R 765 061 L)
Música: 
Um Novo Rumo
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A Bienal do Samba
, 1968 ( Phillips - R 765 044 L)
Música : Lapinha
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O Máximo de Sucessos da Música Popular Brasileira
, 1968 (Phillips - R 765 049 L)
Músicas: Lapinha Samba da Benção (ao vivo no Olympia)
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O Conjunto de Roberto Menescal
, 1969 (Phillips - FEL 10 002 VDL 109)
Música : Depois da Queda
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Verão Vermelho, 1970 ( Phillips - R 765 110 l)
Musica : Verão Vermelho (Trilha de Novela)
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Obrigado Pelé
, 1971(Compacto Simples Philips Brasil 6069.010)
Despedida de Pelé da Seleção Brasileira de Futebol
Músicas: Obrigado Pelé (com MPB-4) e Perdão, Não Tem (com Elis Regina)
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Os Maiores Sambas Enredos de Todos os Tempos
, 1971 (Phillips - 6349 014)
Música : Tiradentes
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Os Maiores Sambas Enredos de Todos os Tempos - Vol II
, 1972 (Phillips,6349 053)
Música : Alô Alô Taí Carmem Miranda
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Phono 73 - O Canto de Um Povo - Disco 2
, 1973 (Phillips - 563 854-2) - Vinil & CD
Músicas: É com Esse que eu Vou Ladeira da Preguiça
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Lupiscínio Rodrigues na Interpretação de...
, 1974 (Phillips - 6245040)
Música : Cadeira Vazia
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Musica Popular do Sul - Disco 1, 1975 (Marcus Pereira, Vinil & CD)
Músicas: Boi Barroso, Alto da Bronze e Os Homens de Preto
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Eles Começaram Assim...
 , 1976 (Continental - 1.19-405.027)
Música : Da Sorte (primeira gravação de Elis Regina)
.
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Palco Corpo e Alma
, 1976 ( Philips - 9299 222/224) Caixa com 3 Discos
Show "Elis & Miele", Teatro da Praia, RJ
Músicas: Aquele AbraçoSe Você Pensa e Minha
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Clube da Esquina 2 - Milton Nascimento
, 1978 (Vinil e CD - EMI Odeon - 791 607 2)
Música : O Que Foi Feito Devera (De vera)
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O Fino... Os Grandes Momentos
, 1978 (Phonogram - 6803 907)
Músicas : Pout-pourri de Sucessos
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Adoniran e Convidados
, 1980 (EMI Odeon - 364 789726 2)
Música : Tiro ao Álvaro
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A Arca de Noé - Vinicius de Moraes
, 1980 (Polygran - Ariola - 518 221 2) - Vinil & CD
Música : A Corujinha
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Raul Ellwanger
, 1980 ( WEA - 33056)
Música : O Pequeno Exilado
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Os Borges
, 1980 ( EMI Odeon - 064 422 883)
Música : Outro Cais
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Adoniran - Documento Inédito
, 1984 (Estudio Eldorado - 935 015) - Vinil & CD
Músicas : Saudosa Maloca e Bom dia, Tristeza
                         COLETÂNEAS
            _________________________________ 


Elis Regina
, 1963 (CBS - OKEH / SONY COLUMBIA) - Vinil & CD 
.
.
               
Presença de Elis Regina (Brilhantes)
, 1964 (CBS - OKEH / SONY COLUMBIA
CBS - 138 754/5
Columbia Sonny - 721.204/2-490100 - 866.157/2.479.316 (Vinil & CD)
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Ellis Regina - La Regina Della Canzone Brasiliana
, 1968 (CBS - Italia) - Vinil
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Autógrafos de Sucesso
, 1970 (Phillips)
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Autógrafos de Sucesso n. 2
, 1973 (Phillips)
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A Arte de Elis Regina
, 1975 ( Phillips 836 250 2) - Vinil & CD
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Elis Regina
, 1978 ( K-TEL - KAL 2001)
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O Melhor de Elis
, 1979 ( Polygram - Fontana - 6470.625)
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Por um Amor Maior
, 1982 (Polygram - Phillips) - Caixa com 4 LP's
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Elis - Vento de Maio
, 1983 ( EMI - ODEON - 364 748212 2) - Vinil & CD
.
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O Prestígio de Elis Regina
, 1983 ( Polygram - 81116315)
.
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A Arte Maior de Elis Regina
, 1983 ( Polygram - Fontana - 81293917)
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.

Elis Regina interpreta João Bosco e Aldir Blanc
, 1983 (Polygram - 6488106)
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.

Elis Vive
, 1984 (Opus Video e Fonografica - Elenco - 818 285-1)
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A Bossa Maior de Elis Regina
, 1985 (Elenco - 826 621-1)
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Elis - Personalidade (1 & 2)
, 1987 (Phillips - 832 218-1) - Vinil & CD
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Nada Será Como Antes - Elis Interpreta Milton
, 1988 (Phillips - 822 827-2) - Vinil & CD
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Fascinação
, 1990 ( Phillips) - (Vinil/CD Duplo)
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Elis por Ela
, 1992 ( WEA - M177104-2) - Vinil & CD
.
.

Elis - Grandes Nomes
, 1994 ( Phillips) - Caixa com 4 CDs
.
.
     
Mestres da MPB - Elis - Volumes 1 & 2
, 1995 ( Warner) - CD
.
.

Eternamente - Elis
, 1996 ( Warner - 06301 68432) - Caixa com 2 CD's
.
.

Elis Regina - Coleção Obras Primas
, 1996 ( Polygram - 532 669-2) - 
CD
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Elis Regina - Os Grandes da MPB
, 1996 ( Polygram - MPB001) - CD
.
.

Elis Regina - MPB no JT
, 1997 ( Velas ep 0005) CD Fascículos Jornal da Tarde
.
.

Elis Regina - Grandes Mestres da MPB Vol. 1&2
, 1997 (WEA - 063018092-2) - CD
.
.

Elis Regina - Preferencia Nacional
, 1998 ( Continental - 2434965522) - CD
.
.

Elis Regina - Millennium
, 1998 ( Polygram - 538 200) - CD
                         BIBLIOGRAFIA
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Eles e Eu - Memórias de Ronaldo Bôscoli
, 1994
Luiz Carlos Maciel & Angela Chaves - Editora Nova Fronteira
.
.

Furacão Elis
, 1995
Regina Echeverria - Editorial Nordica
.
.

Noites Tropicais
, 2000
Solos, Improvisos e Memórias Musicais
Nelson Motta - Editora Objetiva




Fonte: Raimundo Fagner
  www.raimundofagner.com.br